Mobilização fortalece luta e poder feminino; saiba como participar
Marcha ‘Mulheres na Luta’ quer avançar para direitos iguais em todos os campos do social e político

Com informações do A Tarde

Hoje, 8 de março, o Dia Internacional da Mulher, é a luta delas que toma o protagonismo das ruas em todo o País. E em Salvador não vai ser diferente. A marcha organizada por cerca de 60 entidades sociais tem como tema esse ano Mulheres na luta, em defesa dos nossos corpos, territórios e identidades! Por democracia, contra a violência e exploração!.

A concentração para a marcha começa às 13 horas no Campo Grande e tem como objetivo ampliar o debate e o apoio da sociedade à luta por garantia de direitos e vida plena para as mulheres. Essa não é uma data de celebração para Raimunda Oliveira, advogada e membro do coletivo MUPPS (Mulheres Políticas Públicas e Sociedade) e Coletiva Mahin (Organização de Mulheres Negras) – ambos participaram da organização da marcha.

“A gente vai para as ruas não para celebrar o oito de Março, mas para denunciar as diversas violências que a gente vive”. Entre questões como feminicídio, racismo estrutural, a situação da mulher no globo – exemplo citado foi o da Palestina -, um ponto que Raimunda destaca é a violência política, porque estamos em ano eleitoral.

“A gente vai para as ruas para dizer como é que um país como o nosso, em que a maioria são mulheres, e a gente não tem um número representativo delas nos espaços de poder. E quando estão, especialmente as mulheres negras, que são poucas, elas sofrem a violência política”, afirma.

Pautas importantes

O sentimento de que o momento é de reforçar pautas importantes é compartilhado por Letícia Ferreira, advogada e diretora da organização Tamo Juntas, uma das instituições responsáveis pela marcha. “Para nós mulheres é um dia de luta, é um dia de reivindicação, de colocar nossas pautas publicamente e temos expectativa de que reverberem”.

É por este motivo que a marcha tem um tema tão longo, porque são muitas pautas que necessitam de atenção da sociedade. “Esse tema simboliza a nossa pluralidade e também nossa forma de construção, que é uma construção pela unidade das pautas justamente por compreendermos que a luta feminista atravessa diversos campos”, explica a diretora da Tamo Juntas.

Letícia ainda reforça a existência de avanços institucionais, legais e políticos para as mulheres, mas também a urgência no enfrentamento à violência contra essa população. Entre os avanços recentes apontados pela advogada está a inauguração da Casa da Mulher Brasileira na Bahia e para todo o país, a aprovação da lei de igualdade salarial.

Motivos para celebrar

A Casa da Mulher Brasileira, a primeira na Bahia, foi inaugurada no dia 19 de dezembro de 2023 e é uma das ações de acolhimento às mulheres realizada pela Secretaria de Políticas para as Mulheres do Estado da Bahia (SPM). Em um mesmo local, é possível ter acesso a Delegacia, Juizado Especial, Núcleo da Promotoria e da Defensoria Pública, todos especializados em atender às mulheres em situação de violência doméstica.

Outras ações da secretaria envolvem campanhas de conscientização contra a importunação sexual no trânsito em conjunto com o DETRAN, projetos de economia e inclusão produtiva a exemplo do projeto Selo Lilás, inauguração de núcleos de atendimentos especializados e enfrentamento a todo o tipo de violência, além de outras ações voltadas para a proteção e direitos das mulheres no estado.

Já a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) está preparando uma série de atividades para celebrar o Dia Internacional da Mulher. A iniciativa faz parte da campanha “Março Mulher”, com o tema “Somos Feitas de Muitas Lutas”, focada na prevenção de doenças e promoção da saúde feminina.

As ações vão incluir consultas de saúde da mulher, exames preventivos e vacinação contra o HPV; serão realizadas em shoppings da cidade palestras e serviços de saúde, como aferição de pressão arterial e teste de HIV; também estão programadas atividades no Conjunto Penal Feminino e no Complexo Penitenciário de Salvador; e qualificação para médicos e enfermeiros oferecerem métodos contraceptivos reversíveis de longa duração.

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