Lojistas preveem crescimento nas vendas e faturamento do varejo neste verão

Em janeiro de 2022, o País atravessou uma onda de casos de Covid causada pela variante Ômicron. A disseminação da doença levou, inclusive, ao adiamento dos desfiles das escolas de samba no Carnaval em São Paulo e no Rio de Janeiro e a restrições aos blocos de rua. Já neste ano, os desfiles voltaram para o período tradicional e ocorrerão entre 17 e 20 de fevereiro, o que mostra um retorno à normalidade.

Porém, em entrevista ao SBT News, a especialista em finanças da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL), Merula Borges, ressalta que a inflação registrada nos últimos meses é um obstáculo para o varejo. Isso porque o aumento dos preços têm deixado “o brasileiro um pouco mais controlado em relação aos gastos”. “O lojista precisa se adaptar e ampliar não só a possibilidade dos canais de venda, mas também dos meios de pagamento”, explica.

“Olhar essa necessidade do cliente em relação a todo o processo que ele passa até chegar na compra final traz mais possibilidade de venda e de fidelizar esse cliente. Observar realmente qual é toda a trajetória dele, o que quer e gosta, para conseguir fazer boas vendas neste ano”, complementa.

De acordo com Merula, a subida do preço dos alimentos fez com que o item passasse a ocupar um espaço maior no orçamento do brasileiro. Assim, acaba sobrando menos dinheiro para outros tipos de consumo. “Aí que o lojista precisa atender bem, ser proativo e optar por meios de pagamento diferentes para conseguir ganhar esse cliente”.

Otimismo
Em uma rede de cafeterias especializada em chá-mate artesanal e orgânico, a Megamatte, a expectativa para este verão é “muito otimista”, revela o CEO da empresa, Julio Monteiro. “O País está numa crescente econômica bastante favorável”, justifica. Segundo Monteiro, o verão é o melhor período de vendas da rede. Com a volta dos desfiles e blocos de rua, em fevereiro, ele espera ter um crescimento nas vendas.

A rede tem 150 lojas, sendo 143 apenas na capital fluminense. Sobre as principais dificuldades para este período, Monteiro cita as condições meteorológicas. “Nunca tivemos dias com tantas chuvas como neste ano no Rio de Janeiro. Isso afeta bastante a circulação de pessoas e, consequentemente, o fluxo de clientes. Acreditamos que a chegada efetiva do verão seja ainda nos próximos dias, com a elevação da temperatura”, pontua.

Cenário melhor
O mestre em economia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Diego de Vasconcelos Souza avalia que, neste verão, o cenário nacional é mais favorável às vendas do que foi no de 2021/2022 em razão do controle da Covid-19. Segundo ele, o volume de vendas e o faturamento do varejo deverão crescer.

Souza também destaca a inflação e as taxas de juros como principais desafios no setor. Estas, diz, “influenciam muito no varejo, que tem setores como eletrodoméstico e móveis, áreas estas muito ligadas ao crédito”. Entre os segmentos que tendem a se destacar estão as vendas de protetores solares e de bebidas. O consumo desses produtos, reforça o mestre em economia, historicamente tende a aumentar nessa época do ano.

Turismo
O diretor de planejamento, gestão e capacitação da Confederação Nacional do Turismo (CNTur), Virgílio Nelson Carvalho, afirma que os segmentos do setor (hotéis, restaurantes e agências de viagens) estimam um crescimento de 7% na receita deste verão, em comparação com o observado em 2019/2020. Segundo ele, já foi atingido o número do período pré-pandemia.

O aumento deverá ser puxado, principalmente, pelo turismo ao ar livre e viagens de curta distância. “As pessoas vão viajar muito com seu próprio carro ou de ônibus, porque as tarifas das companhias aéreas ainda estão altas”, explica Virgílio. O diretor da CNTur ressalta que, cada vez que o turismo cresce, o restante do comércio varejista também sente uma melhora. “As pessoas vão para as cidades e consomem os produtos locais.”

Fonte: sbt News

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