Comerciária media debate sobre situação da mulher negra

Uma Live da Federação dos Metalúrgicos da Bahia (Fetim Bahia), realizada nesta sexta- feira (31), debateu a situação das mulheres negras no mercado de trabalho. O evento faz parte da celebração do Julho das Pretas, dedicado a reflexões e ações em benefício das mulheres negras.

O encontro foi mediado pela comerciária Rosa de Souza, presidenta do SintraSuper (comerciários de supermercados) e vice-presidenta da CTB Bahia. “No Brasil, a mulher negra encontra-se em posições mais vulneráveis, em fatores como taxa de homicídios, inclusão no mercado de trabalho, disparidade salarial, condições de trabalho e desemprego. Debates como esse são importantes para mudar essa realidade”, afirmou  a dirigente na abertura da live.

Para Flora Lassance, dirigente da Fetim Bahia, o mercado de trabalho é injusto com as mulheres negras. “É importante estimular as empresas a avançarem na mudança dessa cultura. O desafio dos sindicatos é tentar colocar nas convenções coletivas de trabalho cláusulas que estimulem a ampliação da igualdade no mercado de trabalho, em todos os setores da economia”, defendeu.

Dirigente da União de Negros pela Igualdade (UNEGRO), Uiara Sobosi enfatizou que o racismo estrutural é causa das desigualdades sociais, de gênero e de raça. “73% das famílias brasileiras são chefiadas por mulheres negras, em uma sociedade patriarcal, machista e racista. Na política, só temos 25% de mulheres negras nas câmaras de vereadores. Lutamos por mais políticas públicas voltadas às mulheres negras e para construir uma cultura antirracista na sociedade”, afirmou.

BRASIL MÁTRIA

Marilene Betros, dirigente da APLB Sindicato e secretária da Mulher Trabalhadora da CTB Bahia, afirmou que a luta é para que ser mulher negra não seja uma sentença. “No Julho das Pretas, resgatamos a história de mulheres negras que desenvolveram lutas importantes por liberdade e igualdade. Não podemos aceitar que mulheres negras ganhem 60% em relação às mulheres brancas. Que nos jornais da TV, para cada três âncoras, apenas uma seja mulher negra. Precisamos colocar mais mulheres negras na política e outros espaços de poder”, destacou.

Segundo Lucimara Cruz, dirigente da Assufba-Sindicato, é um absurdo ver tanta diferença salarial. “Entre homens brancos e mulheres brancas, com mestrado, elas ganham 42% menos. Quando a mulher é negra, o abismo é maior. O racismo ajuda a reforçar e consolidar essas desigualdades no Brasil, que precisa de passar de Pátria para Mátria. Isso para acolher  bem todos os seus filhos e filhas, sem discriminação”, enfatizou.

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