Comerciários debatem valorização do trabalho no governo de Lula

No sábado (26), o movimento sindical baiano debateu a reconstrução do Brasil e a valorização do trabalho a partir de janeiro de 2023, no governo de Lula. No auditório do Sinpojud, em Nazaré, representantes sindicais debateram com o deputado federal Daniel Almeida (PCdoB), parlamentar baiano no GT do Trabalho da transição de governo e proponente do debate “Diálogo sobre os desafios do novo governo no mundo do trabalho”.

O evento foi construído em parceria com a CTB Bahia e teve a participação das centrais Força Sindical, UGT e Nova Central. “A reconstrução do Brasil precisa reverter a precarização do trabalho, aprofundada pela reforma trabalhista. Precisa resgatar direitos importantes, que garantiam proteção aos trabalhadores e as trabalhadoras, diante da exploração patronal. Tem que garantir desenvolvimento econômico com valorização do trabalho”, disse Rosa de Souza, presidenta da CTB.

Para Daniel, o Brasil devete a onda facista e recuperou o espaço democrático projetando um novo rumo para o País. “Nosso desafio é apoiar Lula para governar bem e melhorar a vida da população, após o governo atual deixar um grande estrago. Tinha que fazer esse debate para ouvir os dirigentes sindicais e levar sugestões para o GT do Trabalho. Precisamos pensar em medidas emergenciais no início do governo e outras ações durante o primeiro ano de gestão, como fortalecer o Ministério do Trabalho e Emprego, que vai conduzir o processo de mudanças no mundo do trabalho”, enfatizou.

Presente no evento, o presidente do Sindicato dos Comerciários, Renato Ezequiel, apresentou como proposta importante a jornada de 40 horas semanais no comércio. “Nossa categoria tem adoecido com a sobrecarga de trabalho. Entendemos que essa medida gerará mais empregos no setor e asseguará mais saúde para quem trabalha no comércio. Será preciso muita unidade do movimento sindical para reverter os retrocessos que vivenciamos nesses últimos anos”, afirmou.

MAIS CONTRIBUIÇÕES

Participando pelo Zoom, Rafael Lucchesi, diretor de Educação e Tecnologia da Confederação Nacional da Indústria e membro do GT da Indústria, Comércio e Serviços, destacou que o Brasil vive um momento de vazio sobre discussões importantes. “O País investe menos em ciência, tecnologia e pesquisa, prejudicando nosso desenvolvimento econômico. A Lava-Jato destruiu a capacidade produtiva das nossas grandes empresas. Agora, precisamos de políticas de reindustrialização, como fizeram China, Singapura e Coréia do Sul, por exemplo. É importante essa unidade do movimento sindical em torno de uma agenda comum, através das centrais, para revertermos esse quadro”, afirmou.

Também pelo Zoom, o presidente da CTB Brasil e integrante do GT que trata da saúde e segurança no trabalho, Adilson Araújo, destacou que o movimento sindical deverá ter muita unidade e diálogo para reverter o quadro de ‘terra arrasada’. “Vamos levar propostas para os 100 primeiros dias de governo Lula, com prioridade para a PEC da responsabilidade social; salário mínimo de R$ 1.342,00 (reajuste da inflação mais o PIB anterior); fim do Grupo de Altos Estudos do Trabalho [GAET], que precariza as relações trabalhistas; e a criação do Fórum Nacional do Trabalho”, pontuou, afirmando que isso é sem esquecer do fortalecimento da organização e finanças dos sindicatos, bem como das negociações coletivas e do Programa de Valorização do Trabalho.

Marcelo Carvalho (UGT), José Ramos (Nova Central) e Cristiano Freitas (Força Sindical) destacaram a importância de levar para as discuções na transição as plataformas definidas nao Conclat (Conferência Nacional da Classe Trabalhadora).

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