“Vitória” de Temer e a importância do dia 10

Na vida e na política tem vitórias que possuem um forte sabor de derrota. Assim, foi a votação do fatídico dia 25 de outubro, quando 251 deputados (sendo 14 baianos) salvaram o presidente Michel Temer das investigações pelos crimes de obstrução da Justiça e formação de quadrilha, de acordo a denúncia da Procuradoria-Geral da República.

Temer venceu da forma mais abominável: comprando votos e concedendo favores aos aliados. Além disso, agradou a bancada ruralista (maior do Congresso) com uma portaria que facilita o trabalho escravo (uma liminar no STF suspendeu provisoriamente) e um decreto perdoando 60% das multas das dívidas dos condenados por crimes ambientais.

Mas, nem tudo são flores no jardim do Palácio do Planalto. O presidente golpista precisará muito do apoio de alguns “caciques”, como o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para aprovar temas polêmicos, como a reforma da Previdência. Aliás, Maia já chegou a dizer: “Não vou ficar ensinando ao presidente da República, que foi presidente da Câmara três vezes, como deve manter a relação com o Parlamento”.

Essa situação coloca para o governo como saída intensificar o “toma lá, dá cá” para aprovar mudanças na Constituição. Será preciso, no mínimo, de 308 votos. Mesmo com a base não muito coesa, será preciso muita mobilização popular para não permitir novos retrocessos. Por isso, ganhou muita importância o dia 10 de novembro, Dia Nacional de Luta e Paralisações contra o governo e suas reformas. Os comerciários de Salvador estarão juntos com as centrais e a Frente Brasil Popular.

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