Golpistas usam vídeos falsos de influenciadores; como não cair em golpe?
Golpistas usam vídeos falsos de influenciadores; como não cair em golpe?
Golpistas têm utilizado a imagem e a voz de influenciadores digitais para aplicar golpes. Recentemente, as influenciadoras Mari Gonzalez e Miriane Ferreira tiveram suas imagens usadas por golpistas. O conteúdo falso, ou deep fake, parece com uma publicação original, mas é gerado com ferramentas de inteligência artificial. Veja dicas para diferenciar uma publicação real de uma falsa e não cair em golpes.
Como funcionam os golpes
Golpistas produzem vídeos e áudios muito parecidos com de pessoas famosas. Depois, utilizam o conteúdo para divulgar supostas promoções ou oportunidades de ganhos para aplicar golpes.
Apesar de não ser um conteúdo perfeito, a tecnologia está se tornando cada vez mais avançada. “Há muitas ferramentas gratuitas para fazer conversão de voz e imagem, por exemplo, mas não é tão fácil obter um resultado de alta qualidade com elas. Além de fontes open source, também há soluções proprietárias e pagas disponíveis” afirmou Fabio Assolini, diretor da Equipe Global de Pesquisa e Análise da Kaspersky para a América Latina.
No golpe utilizando a imagem de Mari Gonzalez, era divulgada uma pesquisa falsa, e as vítimas acabavam fornecendo seus dados aos golpistas. Já no caso da advogada Miriane Ferreira, os criminosos inventaram uma indenização a que as pessoas teriam direito. Para desbloquear os valores, seria preciso fazer um Pix, e assim as vítimas acabavam fazendo pagamentos aos fraudadores.
Em outro caso de deep fake, o influenciador Dario Centurione contou que golpistas utilizaram sua voz para aplicar um golpe no seu pai.
Como reconhecer um conteúdo falso
- A maioria dos brasileiros (71%) não reconhece quando um vídeo foi editado digitalmente com a técnica de deep fake. É o que diz um relatório da Kaspersky. Fabio Assolini dá algumas dicas de como perceber que um conteúdo é falso:
- Anomalias faciais e corporais: Procure por inconsistências nos movimentos faciais, expressões ou movimentos corporais que pareçam estranhos ou não naturais. Observe se há desalinhamentos nos olhos, boca ou outras partes do rosto.
- Sincronização labial e expressões: Verifique se as palavras correspondem corretamente aos movimentos labiais e se as expressões faciais são apropriadas para o contexto do vídeo.
- Iluminação e sombreamento: Avalie se a iluminação no rosto se alinha com o ambiente ao redor. Inconsistências na iluminação podem indicar manipulação.
- Cuidado com links, formulários e pedidos de Pix
Desconfie de “oportunidades” de ganhar dinheiro mediante um pagamento de Pix. Há outras informações que demonstram quando o conteúdo é publicado por golpistas, por isso é importante ter atenção aos links e formulários que pedem seus dados. - Cuidado com links falsos. “Leia com atenção o endereço da página. Caso haja erros de ortografia ou o nome do site não tenha relação com o nome da empresa/serviço que você quer acessar, desconfie. Em hipótese alguma forneça seus dados antes da checagem”, afirmou Assolini.
- “Esquemas de corrente” são uma prática comum em golpes. Não compartilhe links suspeitos com seus contatos. Se receber um link pelo WhatsApp ou outro app de mensagem, já desconfiar e checar sempre sua veracidade fazendo uma busca na internet antes de clicar no link.
- Desconfie de mensagens dos seus contatos. Mesmo que uma mensagem venha de alguém que você conhece, como um amigo ou familiar, desconfie se o tema for uma promoção imperdível ou um pedido inusitado como um empréstimo. É possível que a pessoa tenha sua conta roubada. Antes de fazer o que a pessoa pede, ligue para ela e confirme.
- Crie uma palavra de segurança entre amigos mais próximos e familiares. Após o golpe utilizando sua voz, Dario Centurione, da página Almanaque SOS, deu a dica de criar uma palavra de segurança entre familiares para conferir a veracidade dos conteúdos.