Sindicatos se unem na luta contra grupo Carrefuor
Sindicatos se unem na luta contra grupo Carrefuor
Ato reuniu diferentes entidades trabalhistas em solidariedade aos trabalhadores demitidos
Um grande ato nacional reuniu, na manhã de hoje, 30, diversos sindicatos e entidades trabalhistas em repúdio ao fechamento das lojas da rede Carrefuor em Salvador e em outras regiões do país, simultaneamente. Com o remanejamento estratégico da empresa, recém chegada à nossa cidade, diga-se de passagem, os hipermercados localizados na Av. ACM, Av. Reitor Miguel Calmon e no bairro de São Cristóvão estão sendo fechados, o que representa mais de 4 mil trabalhadores demitidos.
A mobilização teve início às 9h em frente à unidade do Bompreço, na Avenida Centenário, onde se formou um grande corredor de bandeiras e cartazes de provocação e as autoridades representativas tiveram seu momento de fala para sensibilizar a população. De lá, seguiu-se um cortejo, entoando cantigas de protesto, até a unidade do Bompreço da Barra, onde se formou uma nova aglomeração.
Para Renato Ezequiel, presidente do Sindicato dos Comerciários de Salvador, este é um ato em defesa do emprego. “Nós acreditamos que isso é um golpe para a economia local. Não dá pra entender como uma grande rede dessas, que é a segunda maior rede de supermercados do mundo, chega aqui em Salvador, compra um grupo grane de lojas dizendo que iria gerar mais empregos e agora estamos vivenciando ao contrário” disse Renato, estarrecido com a situação.
Segundo Reginaldo Oliveira, vice-presidente da Federação dos Comerciários da Bahia, o objetivo do protesto é fazer uma denuncia do comportamento das lojas Carrefuor e Atacadão. “Todas essas lojas que ainda estão com a bandeira do Bompreço e que foram compradas pelo Carrefuor irão virar Atacadão e a lógica seria que os trabalhadores fossem aproveitados, que eles passassem de uma empresa para outra sem precisarem ser demitidos. É muito ruim esse quadro de demissão em massa em uma cidade que já tem um índice de desemprego enorme”, avalia Oliveira.
Quem também esteve presente no grande ato pelo emprego foi a deputada federal, Alice Portugal (PCdoB-Ba). Ela provocou algumas forças de poder, até então, omissas à toda situação. “Não vejo a prefeitura municipal se levantar para defender os empregos da nossa cidade, não vejo o empresariado levantar para erguer a voz contra a inflação dos alimentos que é provocada quando uma rede dessa dimensão fecha as portas”, indagou Alice, que prometeu levar o caso para Brasília-DF.
Em Salvador, o ato de hoje foi resultado de outras mobilizações realizadas nos últimos dias comandadas pelo SintraSuper.
“Isso mostra que a luta dos trabalhadores é a luta da unidade. Não adianta chegar aqui, demitir os trabalhadores e sair numa boa, sem cumprir com as suas obrigações. Esse ato de hoje está acontecendo não só aqui, mas também em outras cidades da Bahia e em outros estados também, onde essa empresa tinha outras unidades”, informou Rosa de Souza, presidenta do CTB e do Sintrasuper.
Estiveram presentes o presidente da FEC-Bahia, Jairo Araújo, o presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, Hermelinho Neto, a presidenta do Sindsaúde Bahia, Ivanilda Brito, o presidente do Sindicato dos Comerciários de Lauro de Freitas, José Carlos, Cherry Almeida, representando a União Brasileira de Mulheres, Sirlene Assis, representando o Grupo Tortura Nunca Mais, Lucineide Sampaio, representando o Sinposba/Frentistas, Aurindo Pedreira, representando a Federação dos Metalurgicos, dentre outras autoridades representativas.
Entenda o caso
O Grupo Carrefour Brasil é uma empresa de comércio varejista brasileira controlada pelo grupo francês Carrefour. Opera sob as marcas Carrefour e Atacadão, sendo este considerado o maior atacadista do Brasil. Após a aquisição do Grupo BIG em março de 2021, se tornou a maior empregadora privada do Brasil.
Em nota enviada para a imprensa no final de 2023, a rede informou que está em processo de revisão do seu portifólio e por isso, algumas lojas serão convertidas para outras bandeiras do grupo (Atacadão e Sam’s) e outras pontuais serão realmente fechadas.
A previsão para o fechamento das lojas em definitivo é o dia 31 de janeiro. A ação também deve acontecer em outras regiões do país como no Ceará, Rio Grande do Sul e Belo Horizonte.