Comerciários participam de live da CTB Bahia sobre a crise
Na tarde desta terça-feira (14), a CTB Bahia realizou importante live com dirigentes de categorias importantes no estado, como os comerciários. Conduzido por Flora Lassance, o encontro avaliou a realidade em cada setor e fez reflexões sobre os desafios nesse cenário de crise.
Presidenta do SintraSuper (comerciários de supermercados) e vice-presidenta da CTB, Rosa de Souza enfatizou que o momento é difícil. “Temos um desafio muito grande para organizar a luta e superar as políticas ruins do atual o governo, em defesa da vida, do emprego e dos direitos”, destacou.
A dirigente lembrou que o sindicato conseguiu fechar um bom acordo com os supermercados, repondo a inflação e mantendo direitos importantes. “E antes dos decretos, iniciamos negociações com o sindicato patronal, conseguindo medidas de proteção para os funcionários de supermercados na pandemia, como máscaras, álcool em gel, divisória de acrílico nos caixas, entre outras. Estamos nos adaptando ao novo momento e seguimos organizando a luta”, afirmou.
Reginaldo Oliveira, presidente da FEC Bahia, afirmou que a pandemia se apresentou diferente no comércio lojista, com o fechamento imediato de grandes empresas e setores, como shoppings. “Houve redução drástica nas remunerações e, na reabertura, poderemos ver boa parte das empresas não retomando as atividades. Isso é ruim, pois o comércio fomenta a indústria e outros setores. Do outro lado, grandes empresas conseguiram até ampliar vendas, pela internet”, ponderou.
Segundo Oliveira, a discussão para a volta é a segurança dos trabalhadores nos shoppings e lojas. “Com testes, número de trabalhadores em cada loja e EPIs, entre outros critérios. Graças ao Congresso, o auxílio emergencial ajudou um pouco a economia. No campo das negociações, os sindicatos têm conversado com entidades patronais por videoconferências, e muitos conseguiram fechar acordos. Agora, as entidades buscam participar das decisões tomadas pelas prefeituras”, destacou.
OUTROS SETORES
Presidente da Federação dos Trabalhadores Metalúrgicos da Bahia (Fetim BA), Aurino Pedreira criticou o processo de desindustrialização do Brasil, que coloca mais dificuldades para a luta dos metalúrgicos. “O setor automotivo parou por um tempo, mas conseguimos acordos garantindo os empregos, muitos direitos e medidas protetivas, como transporte com segurança, distanciamento social e EPIs. O desafio será o trabalho home office (muitos ficam à disposição em casa e trabalham mais)”, afirmou.
Para Ermelino Neto, presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, o presidente Bolsonaro é a própria crise. “Mesmo assim, os bancários avançaram na pauta com os bancos, sobre trabalho em casa (home office), equipamentos de segurança individuais e estabilidade. Enquanto os bancos divulgam doações para a sociedade, se negam a garantir testes para categoria”, ponderou, destacando que realizaram uma conferência virtual com boa participação da categoria.
O presidente da Federação dos Trabalhadores da Construção Civil (Fetracom), Edson Cruz, revelou que após saída da presidenta Dilma, houve queda absurda no setor. “Fizeram a reforma trabalhista prometendo empregos, mas causaram grandes prejuízos para nossa categoria. Os sindicatos fecharam bons acordos em janeiro, com a reposição da inflação e manutenção dos direitos. Vamos realizar assembleias virtuais para aprovar pautas para negociações futuras”, disse, lembrando que a federação e suas entidades filiadas criaram um comitê de crise para acompanhar
situações ruins para os trabalhadores.