“Inflação precisa ser efetivamente domada”, diz diretor do BC

“Inflação precisa ser efetivamente domada”, diz diretor do BC
A inclusão financeira foi um dos principais temas de discussão entre os líderes do G20. Segundo Picchetti, o Brasil tem sido uma referência para os demais países nesse quesito

Com informações do Correio Brasiliense

Apesar do sucesso observado na desinflação global até o momento, há um consenso entre os membros do G20 de que a luta contra a inflação ainda não está ganha. É o que afirmou o diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos do Banco Central (BC), Paulo Picchetti, em coletiva de imprensa ao final do encontro, nesta quinta-feira (29/2).

“A coordenação internacional é uma coisa que aconteceu na esfera da política monetária no mundo inteiro. O momento que a gente vive hoje é um momento de sucesso, o mundo inteiro está vendo a desinflação. Óbvio que em diferentes graus em diferentes economias, mas é comum entre todos os países, estamos vivendo uma desinflação. Agora o que temos em termos de diagnóstico é que ainda não se chegou lá ainda”, destacou.

Picchetti afirmou que existe uma disposição de tratar com muita atenção a trajetória final de desinflação, para garantir que ela tenha sido “efetivamente domada”. “Mesmo estando em primeiro lugar não se ganha uma corrida antes de completar a última parte do trajeto. Isso é fundamental não só pela necessidade de uma estabilidade macroeconômica necessária, mas também na preocupação com a questão da desigualdade”, avaliou.

O diretor do BC abordou ainda as perspectivas mapeadas pelos banqueiros centrais como riscos a longo prazo. Entre elas estão as tensões geopolíticas e os riscos climáticos. “São duas questões que obviamente têm desdobramentos financeiros”, destacou. “Já estamos sentindo o efeito de riscos climáticos em problemas de ofertas de curto prazo em diferentes formas, em diferentes regiões. Já existe a evidência que o clima tem impacto sobre expectativas e preços”, emendou.

Brasil é referência

A inclusão financeira foi um dos principais temas de discussão entre os líderes do grupo. Segundo o diretor de assuntos internacionais, o Brasil tem sido uma referência para os demais países nesse quesito. “As reuniões discutiram muito questões como inclusão financeira, conseguir trazer as pessoas à margem do sistema financeiro, mas com a preocupação de qualidade, por exemplo, dar às pessoas acesso a crédito é um passo fundamental para que as pessoas tenham condições melhores de vida”, comentou.

A ideia, de acordo com ele, é de que a inclusão financeira seja feita de maneira sustentável e não simplesmente como um efeito de um programa emergencial de transferência de renda, como o Brasil fez na pandemia. “É preciso uma trajetória de crescimento dessas pessoas.”

Picchetti citou o Pix como o grande case de sucesso brasileiro, que entre muitos desdobramentos facilitou os pagamentos. “Ele aumenta o acesso das pessoas ao mercado financeiro, possibilita novos negócios e com isso também evoluímos em questões tecnológicas. Estamos vendo vários esforços para criar uma moeda digital e um sistema de tokenização de ativos, não só o Brasil, mas todo mundo que está aqui.”

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