Comerciárias firmes com o Julho das Pretas

As mulheres negras que trabalham no comércio sabem o que é sofrer vários tipos de discriminação, no trabalho e na sociedade. Por isso, a Secretaria de Gênero, Raça, Juventude e Etnia do Sindicato dos Comerciários participa das ações do Julho das Pretas. Trata-se de uma importante iniciativa com agenda propositiva junto às organizações e movimentos de mulheres negras do Brasil. O objetivo é fortalecer a ação política coletiva e autônoma das mulheres negras nas diversas áreas da sociedade.

“Chegou a hora de acabar com o racismo e exigir respeito à mulher negra, no mercado de trabalho e em nossa sociedade. Se a situação feminina é díficil, para mulheres negras é ainda mais complicada. Nossa luta é para que elas tenham o respeito que merecem e políticas públicas que ajudem a mudar essa realidade difícil”, afirma Sara Pereira, diretora do Sindicato e responsável pela secretaria.

TRISTES NÚMEROS

O último levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), intitulado “A Inserção da população negra e o mercado de trabalho”, referente ao 2° trimestre de 2021, aponta que, além de o desemprego entre as mulheres negras ser o dobro que o dos homens brancos, as que conseguem uma ocupação têm os piores salários e os trabalhos mais precarizados. Somente 1,9% delas ocupam algum cargo de direção.

Enquanto 35% dos homens brancos e 34% das mulheres brancas têm ocupações consideradas precárias, entre as mulheres negras o índice é de 46%. A subutilização da força de trabalho impacta 40,9% das mulheres negras enquanto que para os homens não negros, atinge 18,5%.

Houve a retração na participação delas no mercado de trabalho. O número total de mulheres negras que estavam trabalhando no 1° trimestre de 2021 era 8% menor no 2º trimestre de 2020, ou seja, houve uma redução, nesse período, do total de ocupadas. Entre os homens brancos a retração foi de -2%. Elas também têm os menores rendimentos. Enquanto o salário médio dos homens brancos, no 2° trimestre de 2021, ficou em R$ 3.471, a média para as mulheres negras foi de R$ 1.617, ou seja, elas ganham apenas 46,5% do que ganham os homens brancos.

ORIGEM

Criado em 2013, pelo Odara – Instituto da Mulher Negra, o Julho das Pretas celebra o 25 de Julho, Dia Internacional da Mulher Negra Afro Latina Americana e Caribenha. O movimento busca a superação das desigualdades de gênero e raça. Esse ano, o tema é “Mulheres Negras no Poder, Construindo o Bem Viver”, marcando a 10ª edição do Julho das Pretas com 427 atividades realizadas por mais de 200 organizações de mulheres negras em 18 estados brasileiros, além de uma atividade em Paris, na França.

com informações do Dieese e CTB

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