Sindicato busca reunião para debater situação dos comerciários

Em função das medidas anunciadas pelo governo federal, o Sindicato dos Comerciários está solicitando reunião no Ministério Público do Trabalho com as entidades empresariais. A pressão foi grande e o presidente já revogou o artigo na MP que permitia corte de salários.

“A questão é que todas as ações do governo apontam para piorar ainda mais a vida dos trabalhadores. Enquanto isso, Estados Unidos e Europa adotam medidas favoráveis aos trabalhadores e às empresas. As medidas devem contribuir para proteger a população e ajudar a economia a passar esse momento difícil”, pondera Renato Ezequiel, presidente do Sindicato.

O sindicalista lembra que os EUA vão pagar US$ 1.000 aos seus cidadãos para aliviar as consequências da crise. O Reino Unido estenderá o pagamento da licença médica aos trabalhadores e dará apoio econômico para que pequenas empresas concedam licença a seus trabalhadores. Em Portugal, os trabalhadores que precisarem ficar em casa para cuidar de filhos menores de 12 anos receberão dois terços do salário, sendo que uma parte será pago pelo governo.

“Não podemos aceitar que, enquanto outros países injetam dinheiro na economia, para que ela não pare, o governo, aqui, reduza direitos. Precisamos debater com as empresas os impactos dessas medidas na vida dos trabalhadores e da economia de Salvador. A ação dos poderes públicos deve ser ajudar a economia como um todo. A União deve colocar os bancos públicos (BNDES, Caixa, Banco do Brasil e Banco do Nordeste), por exemplo, para isso”, defende Ezequiel.

ENTIDADES CONDENAM

Em nota conjunta, seis entidades pulicaram nota contra as medidas anunciadas pelo governo. São elas: Associação Juízes para a Democracia (AJD), Associação Brasileira de Advogados Trabalhistas (ABRAT), Associação Luso-brasileira de Juristas do Trabalho (JUTRA), Associação Americana de Juristas (AAJ), Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (SINAIT) e Associação Latino-americana de Juízes do Trabalho (ALJT)

Segundo o documento, “a opção do governo é mais uma vez penalizar, condenando à miséria e à morte quem depende do trabalho para sobreviver”. As entidades exigem a adoção de uma série de medidas que, postas em prática, protegerá a população que não tem como se defender e a classe trabalhadora.

No texto, elas criticaram a possibilidade de redução de jornada com redução de salário, ampliação do banco de horas, abatimento das férias dos dias não trabalhados por falta de demanda, permissão de afastamento do trabalho sem pagamento de salário e o reconhecimento de que contrair o novo coronavírus não configura doença laboral.

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